Morte e Infância: Como abordar esse assunto de forma delicada?

Falar sobre a morte não é fácil, nem mesmo para os adultos. Agora, imagine como comunicar esse fato a uma criança que ainda está descobrindo o mundo ao seu redor. É comum os pais terem dúvidas sobre como abordar o assunto e, às vezes, o evitam completamente. No entanto, não educar as crianças sobre a morte não é a solução, pois, afinal, ela faz parte da vida de todos nós.

A morte pode se manifestar de diferentes maneiras: pode ser a perda de um animal de estimação, a morte de uma planta em casa, a partida de um parente próximo ou até mesmo eventos maiores, como guerras e desastres ambientais.

Pensando na melhor forma de lidar com isso, preparamos um conteúdo sobre como falar com crianças sobre a morte.

Dê exemplos práticos

Uma criança precisa entender que tudo que vive hoje um dia irá morrer, quando algo morre não irá retornar e que após a morte a pessoa falecida não possui mais sentimentos como dor, tristeza, alegria, medo.

Filmes como o Rei Leão, Viva - A Vida é uma Festa ou literatura infantil ajudam a trazer a abertura para abordagem do tema.

Até por volta dos 3 anos de idade, uma criança pode não entender com muita clareza, mas ainda assim percebe que não verá mais o avô ou brincará com seu animalzinho de estimação. Crianças um pouco mais velhas começam a compreender a natureza da morte, mas ainda precisam de explicações. Somente quando estão se aproximando da adolescência é que conseguem compreender completamente.

O importante é deixar claro que a morte é um processo natural.

Seja sempre transparente

Evite dizer à criança que a pessoa falecida está dormindo, viajou para longe ou virou uma estrela no céu. As crianças entendem as palavras literalmente, e tais explicações evasivas só causam confusão e medo. Poupá-las da dor, embora bem-intencionado, também não é a melhor escolha, pois elas perceberão a ausência do ente querido e as mudanças de comportamento dos adultos ao seu redor.

Tratar a criança com respeito e honestidade é essencial para que ela possa passar pelo processo de luto de forma saudável.

Dê tempo ao tempo

Tanto adultos quanto crianças lidam com o luto de maneiras diferentes. No início, as crianças podem não perceber a seriedade da morte da mesma forma que os adultos. Se agirem como se nada tivesse acontecido, saiba que isso é normal, especialmente se a pessoa falecida não estava presente com frequência. Com o tempo, elas sentirão a dor da perda e precisarão de apoio.

É importante que a criança saiba que não está sozinha e que seus sentimentos são importantes.

Deixe claro que você também sente saudades e está sofrendo junto com ela.

Criança em velório: levar ou não levar?

Essa é outra dúvida comum. Embora a participação em rituais de despedida possa ajudar a compreender o processo da morte, essa é uma decisão que cabe à família e não possui resposta certa ou errada.

Caso decida levar a criança ao velório, é importante que um adulto esteja por perto para acompanhá-la e acolhê-la caso ela não se sinta bem em um ambiente carregado, onde muitas pessoas estão chorando.

O elemento mais importante é agir com honestidade, sem omissões, ao falar sobre a morte com uma criança. Agir com a verdade trará confiança e ajudará a cultivar um adulto saudável.

Agora que sabe como abordar o assunto com criança, leia também como oferecer a si mesmo e aos seus entes queridos a tranquilidade de saber que as questões financeiras estão resolvidas!